Ações nos centros socioeducativos reforçam práticas restaurativas


Adolescentes que cometeram atos infracionais aprendem novos valores com atividades educativas
A possibilidade do recomeço é a peça fundamental para que os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa avaliem o ato infracional cometido e busquem novos rumos de vida. Com essa visão a Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) está há quase três anos realizando ações que reforçam as práticas restaurativas.
Entre as ações desenvolvidas na rotina dos adolescentes que estão cumprindo algum tipo de medida socioeducativa no Estado do Ceará, estão: Escolarização por meio de uma parceria com a Secretaria Municipal da Educação (SME) e a Secretaria da Educação (Seduc); Arte e Cultura; Esporte; Escolarização e Profissionalização.
A qualidade do atendimento e a adesão dessas atividades são expressivas em números. Desde a criação da Seas em 2016, as rebeliões diminuíram em 90%, com a implementação de ações efetivas e permanentes o quantitativo já é outro, em 2018 1764 jovens foram certificados e tiveram a oportunidade de aprender uma profissão para o futuro.
Jovens que aprendem não somente a formação humana por meio da escolarização, como também como a arte pode ressignificar suas vidas, como um curso de barbearia pode ajudá-lo a alcançar uma vida de empreendedor do próprio negócio ao voltar para a sua casa, como o abraços em família pode fortalecer os laços com seus parentes, como o esporte pode ser uma atividade que possibilita a trocar experiências e cria a consciência de coletividade, por meio do Programa Esporte Gera Ação.
No âmbito da Arte e da Cultura, a Seas já possui em seu currículo aparições em Festivais de Cinema realizados na Argentina e na França, propagando a arte dos jovens dos centros socioeducativos do Estado. Bem como, exposições de quadros pintados por esses jovens que cumprem medidas socioeducativas em Juazeiro do Norte.
Para além das atividades com adolescentes, a Seas possui em seus parâmetros organizacionais ações estruturantes para seus colaboradores, visando a valorização profissional e com o objetivo de aperfeiçoar o atendimento socioeducativo.

A arte de recomeçar

Na última semana, o Centro Socioeducativo Canindezinho e o Centro Socioeducativo Dom Bosco foram sedes de duas oficinas de pintura, a primeira com o artista visual Wanderson Petrova e o segundo com o artista mexicano, Libre Gutierrez. Ambos marcaram a vida dos 28 adolescentes que participaram do processo, que apresentou novos valores e figuras importantes de luta a favor dos Direitos Humanos.
Para A.S , de 17 anos, foi um processo muito gratificante. “O professor era muito bom, fez quadro, explicou como era. Ai quando ele disse que ia passar esse tempo aqui com a gente. Ele deu uma abertura para a gente sair para fazer o curso e mexer com a arte”, comentou.
O jovem destaca que as oportunidades adquiridas na unidade o fez perceber um novo recomeço. “Quando eu entrei aqui não queria saber de nada não, mas depois eu comecei a aprender tudo aqui. É um tempo para a gente parar e refletir nos atos que nós fizemos lá fora, se nós queremos continuar no erro ou queremos dar um passo mais para frente”.
ASCOM

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